Pamela Richardson

Karl Singletary
23 de maio de 2018
Eu cheguei em Fortaleza em janeiro de 1999 e comecei a trabalhar na Escola da Madiana em fevereiro do mesmo ano. Apesar de ter uma formação clássica em outra metodologia do ensino de Ballet, Royal Academy of Dance, eu me senti acolhida com entusiasmo pelas alunas da Escola. Logo Madiana pediu para eu introduzir um pouco do trabalho da Royal e nesse primeiro ano preparei alunas mais adiantadas e umas crianças menores para os exames nos níveis apropriados. Nesse mesmo ano eu criei e coreografei um ballet para as alunas mais adiantadas “As Bailarinas de Dégas” que foi apresentado no shopping Iguatemi e mais tarde no Teatro José de Alencar. Eu gostei do interesse mostrado pelas meninas e os rapazes que participaram e senti que eles todos desenvolveram mais seu lado artístico e interpretativo ao dançar nesse ballet. Aos poucos fui dando aulas para várias outras turmas conseguindo continuar a trabalhar também pela Royal Academy of Dance na posição de Examinadora e viajando para vários países do mundo. Esta minha dupla função sempre me inspirou para trazer novas ideias, músicas e histórias para os ballets que depois coreografei. Eu queria trazer algo das minhas experiências para as alunas da Madiana. Nos vários ballets que coreografei Madiana sempre aceitou os meus pedidos sem reclamar. Quando eu queria um violino de verdade para o ballet de Dégas ela arranjou no dia seguinte. Quando eu queria neve caindo nas bailarinas no final de “Les Patineurs” ela providenciou neve. Uma Vaca para “Primavera Holandesa” foi providenciada e fez muito sucesso. Para coreografar “Carmina Burana” um ballet que sempre quis criar eu tive que teimar bastante para ela deixar eu montar. Eu acho que foi o ballet que mais gostei de criar e que me fez sentir muito realizada profissionalmente. Também gostei muito de “O Sonho Chinês” inspirada por minhas viagens de trabalho para Hong Kong e Macau aonde tive a oportunidade de apreciar e aprender muito da cultura da dança das músicas e costumes de lá e incorporar no meu ballet. “Branca de Neve” foi mais um ballet que coreografei para a Escola de Madiana e que me deixou com boas lembranças. Chegou um tempo que eu tive que me ausentar bastante devido aos compromissos com a Royal Academy e deixei de dar aulas. Foram treze anos trabalhando na Escola. Voltei em 2016 para montar “Viva Itália”, um ballet que também eu estava querendo criar há alguns anos e finalmente tive a oportunidade. Foram 13 anos que eu gostei muito de dar aulas em vários níveis, preparar para os exames e coreografar. Uma parte muito importante na minha vida e um lugar aonde acredito que as portas nunca fecharam e os laços ainda existem. Obrigada Madiana por acreditar no meu trabalho e aceitar a professora inglesa que fala baixo demais e não sabe gritar. Meu carinho sempre para você e todo mundo da Escola.
2018-05-23T09:47:48+00:00
Apesar de ter uma formação clássica em outra metodologia do ensino de Ballet, Royal Academy of Dance, eu me senti acolhida com entusiasmo pelas alunas da Escola. Logo Madiana pediu para eu introduzir um pouco do trabalho da Royal